sábado, 17 de julho de 2010

Medicamentos Genéricos - Trocando o ditado "o barato sai caro" por "o seguro morreu de velho"

Quem nunca comprou um medicamento genérico na farmácia, ao invés daquele efetivamente prescrito pelo médico, porque custava metade do preço do remédio de "marca"?

Pois é, fiquei estarrecida com o que minha médica me contou, quando sugeri a troca de um medicamento, que faço uso contínuo, pela sua versão genérica.

Ela relatou que uma paciente sua fez a troca, com o intuito de reduzir o custo do tratamento. Após algumas semanas, observou que a  medicação genérica não fazia efeito, então, resolveu voltar para o remédio de marca antes utilizado, mas seu organismo não mais respondeu a essa droga, tendo a médica que alterar o fármaco prescrito, por um de outra natureza, mas que pudesse ser usado para o trato da mesma doença. Ou seja, bagunçou todo o tratamento, que até esse evento, vinha apresentando bons resultados.

Acabei por interrogar outros profissionais da área de saúde e li também algumas matérias publicadas na Internet, o que me deixou realmente preocupada!!!

A maioria dos médicos não é a favor do uso da medicação genérica ou da similar, pois as drogas, na maioria das vezes, não foram devidamente submetidos aos testes de equivalência farmacêutica e biodisponibilidade, apresentando, por isso, problemas de eficácia e qualidade.

Chegam a ocorrer situações em que é necessário prescrever doses altíssimas de medicação similar, para conseguir o mesmo efeito de um medicamento de marca registrada, o que acaba por gerar no paciente diversos efeitos colaterais, tais como o famoso "efeito rebote" (sonolência, irritação, falta de cognição, etc) naqueles que fazem uso de fármacos que alteram o equilíbrio químico do cérebro, ou seja, barbitúricos, psicotrópicos, ansiolíticos, os famosos diazepam, lorazepam, clorazepam, fluoxetina, anfepramona...

O que me chama mais atenção em nossa cultura, é a contradição de comportamentos frente aos remédios.

No mesmo país em que as pessoas tomam sibutramina como se fosse aspirina, compram remédios de tarja vermelha sem prescrição e sem sequer terem passado em consulta médica, é o mesmo país em que ainda é tabu procurar um psiquiatra quando os sintomas apresentados são de doenças psíquicas e não físicas.

É nesta pátria que se acusam os médicos de prescreverem medicação cara e de "grife" porque se suspeita de que TODOS OS MÉDICOS recebam "favores" dos laboratórios. 

Mas é também neste mesmo território que as pessoas sofrem de surdez moral na farmácia, quando o atendente sugere a troca do remédio de "marca" indicado na receita, pelo genérico ou similar, bem mais barato. Ou seja, porque há uma vantagem financeira IMEDIATA para quem compra, não é registrado na mente o fato de que "ALGUÉM TALVEZ ESTEJA RECEBENDO FAVORES DOS LABORATÓRIOS" para oferecer a troca. Até porque, qual o vendedor que sugeriria o produto mais barato para um cliente que veio comprar o mais caro?

Não que eu esteja criticando a lei que instituiu os genéricos no país. A ideia é nobre e a iniciativa fantástica. Muitas pessoas puderam tratar seus desequilíbrios orgânicos graças a esta medida. Este tipo de lei vai totalmente ao encontro de preceitos constitucionais garantistas, o que muito satisfaz meu desejo de justiça e cidadania.

Minha indignação vai para a falta de responsabilidade social dos laboratórios fabricantes, vai para a falta de fiscalização e controle da agência reguladora e das autoridades governamentais, vai para quem se dispõe a sugerir a troca do medicamento de "grife" pelo genérico SEM AO MENOS alertar o paciente dos riscos a que ele está exposto.

Pergunto: Se custasse a metade do preço, você tomaria alguma dessas bebidas em seu formato genérico sabendo que a qualidade não seria a mesma, ou ficaria com a bebida de "marca?"

Se você optou pela de marca, eu questiono: então porque você arriscaria a eficácia de um tratamento para curar alguma doença, que pode, inclusive, colocar sua vida em risco, optando pelo genérico?

PENSE NISSO!!

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