Quem nunca comprou um medicamento genérico na farmácia, ao invés daquele efetivamente prescrito pelo médico, porque custava metade do preço do remédio de "marca"?
Pois é, fiquei estarrecida com o que minha médica me contou, quando sugeri a troca de um medicamento, que faço uso contínuo, pela sua versão genérica.
Ela relatou que uma paciente sua fez a troca, com o intuito de reduzir o custo do tratamento. Após algumas semanas, observou que a medicação genérica não fazia efeito, então, resolveu voltar para o remédio de marca antes utilizado, mas seu organismo não mais respondeu a essa droga, tendo a médica que alterar o fármaco prescrito, por um de outra natureza, mas que pudesse ser usado para o trato da mesma doença. Ou seja, bagunçou todo o tratamento, que até esse evento, vinha apresentando bons resultados.
Acabei por interrogar outros profissionais da área de saúde e li também algumas matérias publicadas na Internet, o que me deixou realmente preocupada!!!
A maioria dos médicos não é a favor do uso da medicação genérica ou da similar, pois as drogas, na maioria das vezes, não foram devidamente submetidos aos testes de equivalência farmacêutica e biodisponibilidade, apresentando, por isso, problemas de eficácia e qualidade.
Chegam a ocorrer situações em que é necessário prescrever doses altíssimas de medicação similar, para conseguir o mesmo efeito de um medicamento de marca registrada, o que acaba por gerar no paciente diversos efeitos colaterais, tais como o famoso "efeito rebote" (sonolência, irritação, falta de cognição, etc) naqueles que fazem uso de fármacos que alteram o equilíbrio químico do cérebro, ou seja, barbitúricos, psicotrópicos, ansiolíticos, os famosos diazepam, lorazepam, clorazepam, fluoxetina, anfepramona...
O que me chama mais atenção em nossa cultura, é a contradição de comportamentos frente aos remédios.
No mesmo país em que as pessoas tomam sibutramina como se fosse aspirina, compram remédios de tarja vermelha sem prescrição e sem sequer terem passado em consulta médica, é o mesmo país em que ainda é tabu procurar um psiquiatra quando os sintomas apresentados são de doenças psíquicas e não físicas.
É nesta pátria que se acusam os médicos de prescreverem medicação cara e de "grife" porque se suspeita de que TODOS OS MÉDICOS recebam "favores" dos laboratórios.
Mas é também neste mesmo território que as pessoas sofrem de surdez moral na farmácia, quando o atendente sugere a troca do remédio de "marca" indicado na receita, pelo genérico ou similar, bem mais barato. Ou seja, porque há uma vantagem financeira IMEDIATA para quem compra, não é registrado na mente o fato de que "ALGUÉM TALVEZ ESTEJA RECEBENDO FAVORES DOS LABORATÓRIOS" para oferecer a troca. Até porque, qual o vendedor que sugeriria o produto mais barato para um cliente que veio comprar o mais caro?
Não que eu esteja criticando a lei que instituiu os genéricos no país. A ideia é nobre e a iniciativa fantástica. Muitas pessoas puderam tratar seus desequilíbrios orgânicos graças a esta medida. Este tipo de lei vai totalmente ao encontro de preceitos constitucionais garantistas, o que muito satisfaz meu desejo de justiça e cidadania.
Minha indignação vai para a falta de responsabilidade social dos laboratórios fabricantes, vai para a falta de fiscalização e controle da agência reguladora e das autoridades governamentais, vai para quem se dispõe a sugerir a troca do medicamento de "grife" pelo genérico SEM AO MENOS alertar o paciente dos riscos a que ele está exposto.
Pergunto: Se custasse a metade do preço, você tomaria alguma dessas bebidas em seu formato genérico sabendo que a qualidade não seria a mesma, ou ficaria com a bebida de "marca?"
Se você optou pela de marca, eu questiono: então porque você arriscaria a eficácia de um tratamento para curar alguma doença, que pode, inclusive, colocar sua vida em risco, optando pelo genérico?
PENSE NISSO!!
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