quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Auto-crítica - uma doença autoimune

Preconceito contra ciganos é generalizado na Europa. Terra Brasil – 28/08/2010

Estudantes homossexuais sofrem com o preconceito – Jornal do Comércio – 30/08/2010

Participação feminina no Rally dos Sertões bate preconceito e aumenta – Globo Esporte - 20/08/2010

Paraolímpicos pedem “ fim do preconceito” – Estadão – 21/08/2010

Preconceito contra heterossexuais pode dar cadeia – Band 24/08/2010 (é isso mesmo, você não leu errado!)
 







As reportagens são do ano 2010 d. C..
Se abríssemos a Bíblia neste exato momento para uma leitura histórica do livro mais popular do mundo, poderíamos extrair manchetes, em essência, sobre o mesmo assunto.

Samaritanos são discriminados pelo povo judeu. 20 d. C.

Maria Madalena será apedrejada em praça pública por adultério. 30 d. C

Publicanos são considerados traidores - cobram impostos em nome do Império Romano. 5 d. C.














Quem nunca se sentiu discriminado? Diferente? Peculiar? Descolado? Desconectado? Injustiçado? Incompreendido? Desrespeitado?
E por quê?
Garanto que sempre pelos mesmos motivos: por SER diferente, por FAZER diferente, por PENSAR diferente, por SENTIR diferente do grande rebanho do Senhor.


A moda é, e sempre foi, a massificação. A identificação com o outro da mesma “espécie”. Nem que pra isso tenhamos que aniquilar o que há de mais bonito e sagrado na individualidade alheia.
E aí vem a grande ironia de tudo.
Com o andar da carruagem, o Senhor do Tempo trata de colocar cada uma das abóboras, que são todas da mesma espécie, mas cada uma difere em tamanho, vincos, peso... no seu devido lugar , e aquilo que era “esquisito”, “exótico”, “excêntrico”, “coisa de gente louca” passa a ser “cult”, “moderno”, “genial”, “coisa de gente inteligente”.
O caminho do meio, em termos de discriminação, é não ter preconceito contra si mesmo, contra as próprias ideias.
É não desenvolver uma doença autoimune, um lúpus emocional, enfermidade popularmente conhecida como AUTO-CRÍTICA.
Quem se aceita como é, não discrimina a individualidade do outro.

Um comentário:

  1. Genial! Costumo dizer que não falo mal de mim mesma, por que pra isso existe o resto do mundo. A auto aceitação é fundamental contra a auto castração, mãe do "pai crítico" que nos paraliza. Parabéns, esta é uma reflexão necessária.

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