domingo, 9 de janeiro de 2011

Resenha - Sartoris - William Faulkner


Título: Sartoris
Autor: William Faulkner
Tradução: Cláudio Marcondes
Texto de orelha: Adriana Lisboa
Editora: Cosac Naify
Capa dura;
Páginas: 416; Ilustrações: 1;
Dimensões: 155 x 220 mm;
Peso: 0,74 kg;
ISBN 978-85-7503-914-4









Esse romance foi publicado em 1929 e é considerado o marco do segundo período literário do escritor norte-americano William Faulkner, por ser a primeira vez em que o condado fictício de Yoknapatawpha  aparece em seus livros, local este, palco de diversos romances posteriores.

A palavra "Yoknapatawpha" é originária da língua falada pelos índios Chickasaw, uma das "Cinco Tribos Civilizadas" da história dos Estados Unidos, e significa "terra de divisão".

A localização geográfica deste condado fictício corresponde ao extremo norte do estado do Mississippi, onde Faulkner viveu a maior parte de sua vida.

O romance tem uma narrativa complexa e sombria. O autor utiliza-se da técnica de "fluxo de consciência" para descrever a saga e declínio da família aristocrata Sartoris, com saltos no tempo, em que passado, presente e futuro se misturam em frases longas, poéticas e extremamente descritivas.

Os Sartoris sobrevivem presos aos estigmas dos feitos honrosos realizados pelo falecido Coronel John Sartoris, o patriarca da família, ao longa da Guerra de Secessão, os quais nenhum descendente conseguiu reproduzir.

A história é narrada praticamente do ponto de vista de Tia Jenny, irmã do Coronel, que convive e amaldiçoa diariamente os Sartoris ainda vivos, Bayard Sartoris (Bayard Velho), filho do coronel e Bayard Sartoris (Jovem Bayard), neto deste.

Bayard Velho sente-se um fracassado, pois não tem nenhum feito heróico, digno de nota, a acrescentar em seu currículo. O Jovem Bayard, por sua vez, vive atormentado e alcoolizado, pela culpa que sente em relação à morte de seu irmão gêmeo, John Bayard, durante o tempo em que serviram juntos ao exército, na Primeira Guerra Mundial.

Todas as tragédias e histórias dos homens da família são tratados no livro como lembranças de Tia Jenny. Não há ação no passado e o presente apenas demonstra a consequência dos atos praticados por eles, tornando o futuro desta família decadente totalmente comprometido pela depressão e tristeza.

É um livro de difícil leitura, a narrativa é caótica, o que também a torna sublime, fazendo com que possamos entender o porquê de William Faulkner, um homem que sequer completou o ensino médio, ser Nobel da Literatura, ganhador de dois prêmios Pulitzer e ainda um escritor de leitura obrigatória no plano de ensino dos Estados Unidos.



Um comentário:

  1. Muito boa a resenha. Publiquei sobre Faulkner, meu autor preferido, em meu blog, ontem.

    Abraço.

    ResponderExcluir