sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

José Echegaray e Frédéric Mistral - Prêmios Nobel da Literatura de 1904

No ano de 1904, a Academia, excepcionalmente, conferiu o Prêmio Nobel da Literatura à dois grandes escritores, José Echegaray e Frédéric Mistral.

José Echegaray y Eizaguirre (1833-1916) era engenheiro, matemático, político e escritor que, além do destaque na  literatura, também fez contribuições importantes no campo da matemática e da física. 

Foi professor na Faculdade de Engenharia Civil de Madrid e na Escola Superior de Obras Públicas.  

Era membro da Academia Real das Ciências e ocupou uma infinidade de cargos públicos na Espanha, entre eles: Diretor Geral de Obras Públicas, Ministro do Desenvolvimento, Ministro do Tesouro, Presidente do Conselho de Educação e Senador Vitalício.

Em 1874 estreou na literatura dramatúrgica com a obra "El libro talonario", tendo escrito posteriormente mais 66 peças de teatro, 34 delas em verso. 

Doze anos depois foi eleito membro da "Real Academia de la Lengua Española" chegando ao "Prêmio Nobel da Literatura" em 1904, como o primeiro espanhol a ser laureado.

Em que pese a honra do prêmio, Echegaray foi duramente criticado pelos escritores vanguardista, principalmente os conhecidos como da "Geração de 98", pois não era considerado um dramaturgo excepcional por seus conterrâneos.

A Academia conferiu o prêmio "in recognition of the numerous and brilliant  compositions which, in an individual and original manner, have revived the great traditions of the Spanish drama (em reconhecimento às inúmeras e brilhantes composições que, de forma individual e original, reviveram as grandes tradições do drama espanhol)".



Frédéric Mistral (1830-1914) formou-se em Direito pela Aix-en-Provence, mais por desejo de seu pai, do que por inclinação vocacional própria, pois sempre quis se dedicar à poesia e a filologia da língua provençal (occitana).

Dedicou 20 anos de seus estudos na elaboração do "Lou Tresor dou Felibrige", um dicionário da língua provençal. 

Além desta grande contribuição à língua francesa, utilizou o dinheiro ganho com o Prêmio Nobel da Literatura para fundar o Museu Etnológico Provençal em Aires.

A Academia conferiu o prêmio a Frédéric em "recognition of the fresh originality and true inspiration of his poetic production, which faithfully reflects the natural scenery and native spirit of his people, and, in addition, his significant work as a Provençal philologist (em reconhecimento à originalidade fresca e verdadeira inspiração de sua produção poética, que reflete fielmente o cenário natural e o espírito nativo do seu povo, e, além disso, seu trabalho significativo como um filólogo provençal)".


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