domingo, 19 de dezembro de 2010

O Príncipe dos Prosadores - Coelho Neto - Fundador da Cadeira 2 da ABL

Henrique Maximiano Coelho Neto (1864-1934), filho de um português e uma índia, nasceu em Caxias-MA.

Tentou estudar Medicina no Rio de Janeiro e também Direito em São Paulo, abandonando ambas as faculdades sem concluir seus estudos superiores. Na verdade, em relação ao último curso, entrou em atrito com o corpo docente do Largo São Francisco, vez que havia se dedicado arduamente na campanha abolicionista e republicana, o que não era bem visto pelos catedráticos. Diante das pressões, acabou por abandonar a carreira jurídica.

Trabalhou no jornal Gazeta da Tarde e posteriormente na Folha Cidade do Rio. Foi também professor de história da arte e de literatura, tendo, por fim, seguido a carreira política, ocupando os cargos de secretário do governo do Rio de Janeiro,  diretor dos negócios de Estado (RJ) e foi eleito deputado federal pelo Maranhão.

Foi casado com Maria Gabriela Brandão e com ela teve 14 filhos.

Publicou diversos trabalhos, nos mais variados gêneros e é considerado o escritor mais lido das primeiras décadas do século XX, inclusive sendo conhecido como "o príncipe dos prosadores". 

Em que pese tanto reconhecimento, pouco se ouve falar dele atualmente. Há quem diga que Coelho Neto ficou esquecido pelo mercado editorial e pelos leitores brasileiros porque sofreu duros ataques do Movimento Modernista.

Além de assinar sua obra com seu próprio nome, Coelho Neto escrevia sob os pseudônimos de Anselmo Ribas, Caliban, Ariel, Amador Santelmo, Blanco Canabarro, Charles Rouget, Democ N. Puck, Tartarin, Fur-Fur e Manés.

Cultivou várias correntes literárias entre elas: naturalismo, impressionismo, regionalismo e realismo, podendo ser classificado como um escritor pré-modernista.

Curiosidades:

- Coelho Neto escreveu o primeiro roteiro para o cinema nacional, mais especificamente para o filme "A Cidade Maravilhosa" (década de 30), pois foi ele quem criou para o Rio de Janeiro o título de "cidade maravilhosa", em um artigo que escreveu para o folhetim "A Notícia".

- Coelho Neto é pai de Preguinho, o autor do primeiro gol da Seleção Brasileira em Copa do Mundo (Uruguai, 1930).

Abaixo, relação de obras escritas pelo autor:

Obras: Rapsódias, contos (1891); A capital federal, romance (1893); Baladilhas, contos (1894); Praga (1894); Fruto proibido, contos (1895); Miragem, romance (1895); O rei fantasma, romance (1895); Sertão (1896); Inverno em flor, romance (1897), Álbum de Caliban, contos (1897); A descoberta da Índia (1898); O morto, romance (1898); Romanceiro (1898); Seara de Rute (1898); A descoberta da Índia, narrativa histórica (1898); O rajá do Pendjab, romance (1898); A Conquista, romance (1899); Saldunis (1900); Tormenta, romance (1901); Apólogos(1904); O bico de pena (1904); Água juventa (1905); Treva (1906); Turbilhão, romance (1906); As sete dores de Nossa Senhora (1907); Fabulário (1907); Jardim das Oliveiras (1908); Esfinge (1908); Vida mundana, contos (1909); Cenas e perfis (1910); Mistério do Natal (1911); Banzo, contos (1913); Meluzina (1913); Contos escolhidos (1914); Rei negro, romance (1914); O mistério (1920); Conversas (1922); Vesperal (1922); Amos (1924); Mano, Livro da Saudade (1924); O povo, romance (1924): Imortalidade, romance (1926); O sapato de Natal (1927); Contos da vida e da morte, contos (1927); Velhos e novos (1928); A cidade maravilhosa, contos (1928); Vencidos (1928); A árvore da vida (1929); Fogo fátuo, romance (1929).
Teatro: Teatro,vol.I: O relicário, Ao raio x, O diabo no corpo (1911); vol. II: As estações, Ao luar, Ironia, A mulher, Fim de raça (1907); vol. III: Neve ao sol, A muralha (1907); vol.IV: Quebranto e Nuvem (1908); vol.V: O dinheiro, Bonança, O intruso (1918); vol.VI: O patinho torto, A cigarra e a formiga, O pedido, A guerra, O tango, Os sapatos do defunto (1924).
Crônicas: O meio (1899); Bilhetes postais (1894); Lanterna mágica (1898); Por montes e vales (1899); Versa (1917); A política (1919); Atlética (1920); Frutos do tempo (1920); O meu dia (1922); Frechas (1923); As quintas (1924); Feira Livre (1926); Bazar (1928).




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